A música: A minha música canaliza minha inquietação e emoções. São em sua maioria canções, frutos de vivencias, experiências e questionamentos pessoais. Apesar das fortes influencias de grooves eletrônicos, harmonias de violões mineiros, guitarras falantes e outras tantas, a diversidade da obra a torna difícil de ser classificada. O que a define é unicamente o fato de ser produto do autor e suas variações de humor. A militância: Frente às dificuldades de se alavancar um projeto de produção artística pelos meios tradicionais, surgiu a militância e a necessidade de provar que é possível criar, produzir e divulgar arte, com qualidade e com o mínimo de recursos financeiros e estrutura. Todo o processo de criação, produção, registro e divulgação do material produzido é feito de forma autodidata, caseira e artesanal. Músicas, fotos, site, canais de internet, enfim... Tudo! Aproveitando recursos disponíveis e acessíveis, contando com irrisório investimento financeiro, utilizando e incentivando ao máximo a utilização de softwares livres e ferramentas gratuitas para a produção e divulgação. Biografia: 1976 Chego aqui neste mundo louco. Nascido em Belo Horizonte. Nas brincadeiras da criança tímida e curiosa, os brinquedos já se transformavam em instrumentos musicais. 1988 Depois de alguns anos de curiosidade infantil a respeito da musica e dos instrumentos, no natal de 1988 recebo das mãos de meus pais como presente o "violão". Instrumento entidade, minha assinatura e amigo inseparável desde então. Hoje entendo como uma grande iniciativa dos meus pais, visto que não tínhamos referencias musicais na família exceto pelo meu avô materno que havia sido acordeonista na juventude. O natal de 88 foi minha primeira grande guinada musical. Dormia, acordava, almoçava, jantava e respirava violão. 1990 Surgem as primeiras e tímidas composições. A primeira banda no Colégio Marconi de Belo Horizonte e os primeiros parceiros musicais. Algumas parcerias desta época resistiram ao tempo e existem até hoje. Muita saudade da efervescência nos pátios do Colégio Marconi. Desses meninos e seus violões... Minha época de rock. Jimi Hendrix, Led Zeppelin, Beatles, Legião Urbana, Paralamas, Cazuza... O rock e a juventude. Que combinação! 1994 Me formei no colégio técnico de eletrônica. Nessa época já construía meus efeitos de guitarra, amplificadores e parafernálias musicais. Minha época de punk! Acho que esse lance do "Do It Yourself" começou aqui... Época do Ópera Noise, banda de punk rock que tive com amigos de bairro na adolescência. Diversão garantida. Eu escrevia as músicas e arranjos. Muita guitarra e aspereza, é claro! Épocas de shows ótimos nas casas noturnas do undrground belorizontino. 1998 Nesta época eu já tinha dado vazão à uma boa parcela do inconformismo punk (que até hoje nunca acabou) e já estava no balanço do reggae e da MPB. Já fazendo faculdade de engenharia eletrônica, recebi o convite de um amigo para formarmos uma banda e entrarmos para o circuito de baladas de Belo Horizonte. Nesta época nasceu o Mukama. Banda de reggae/pop. Minhas composições ainda eram tímidas e minha maior participação foi fazendo músicas e não letras. Banda enorme, de grandes amigos e grandes músicos. Agenda lotada, casas cheias quase sempre, muitos e muitos shows em Belo Horizonte e no interior de Minas Gerais. O Mukama foi uma grande escola de música, palco, estrada, mercado, produção musical, artística e executiva. Foi a minha segunda grande guinada musical. Nesta época trabalhava como técnico em eletrônica reparando e regulando instrumentos em uma assistência técnica. Fiz autopsias interessantíssimas em uma variedade inimaginável de equipamentos e instrumentos. Um grande aprendizado de engenharia eletrônica aplicada à música. Não foi fácil conciliar a banda, o trabalho de técnico em eletrônica e a faculdade de engenharia nessa época. 2000 O Mukama ia de vento em popa. A banda e os shows só cresciam em tamanho e qualidade. Resolvemos gravar um álbum. Gastamos até o dinheiro que não tínhamos financiando a gravação com os melhores produtores, estúdios e músicos que tínhamos acesso. Até hoje me orgulho do álbum "Um Brasileiro Sem Sambar". Ótimo disco para os padrões da época. O contato direto com o processo de produção de um álbum foi minha terceira grande guinada musical e determinante no rumo que eu tomaria. Passei noites e mais noites pendurado na até então "nova" internet, desvendando toda aquela infinidade de informação e possibilidades. Nessa época começaram meus estudos de webdesign e linguagens para internet. Criei comercialmente vários sites. 2005 Após o término do Mukama, não me afastei da música, mas vivi um período de descanso e ressaca. Surge o Barba, Cabelo & Bigode. Banda de rock com alguns dos meu melhores amigos. Fizemos algumas músicas nessa época, ainda com timidez. Este período marca o meu retorno mais intenso aos estudos do violão e o início de uma busca mais profunda por aprimoramento nos estudos de musica e harmonia. Busquei grandes mestres, criei grandes vínculos de amizade com alguns. Destes recebi lições de música e de vida. Me aproximei muito da música popular brasileira. Comecei a criar meu acervo de música em formato digital. Escutei e dissequei toda a obra fonográfica registrada de relevância da musica brasileira. Foi uma piração!!! Comprei minha primeira câmera fotográfica digital. Deu início a outra grande revolução na minha vida, a fotografia. Comecei meus estudos e experiências autodidatas no campo das imagens. Tenho um livro não publicado sobre o assunto. Fotografia digital com qualidade razoável e preço mais ou menos acessível era novidade. Neste período trabalhava no laboratório de engenharia eletroacústica de uma grande multinacional. Me aprimorei nos estudos de áudio e acústica. Engenharia e música sempre andaram meio que de mãos dadas na minha vida. Fiz alguns trabalhos como músico "free lancer" neste período. 2010 É mais ou menos aqui o início do meu interesse por gravar e produzir minhas próprias ideias, quando por curiosidade comprei uma interface externa de áudio muito barata e ruim, mas que me permitia gravar algumas coisas no computador. Mergulhei nos estudos da produção musical. A música já despertava em mim novas curiosidades e desafios, o dilema é que eu não via sentido em revisitar minhas composições antigas, e já não escrevia música há muito tempo. Minhas primeiras gravações foram experiências registrando arranjos que eu fazia de músicas que eu gostava de tocar ao violão. Foi uma fase em que eu estava muito ligado ao samba, à bossa e ao Clube da Esquina. A falta de material próprio para gravar começou a me incomodar. Apesar de ter varias ideias musicais na cabeça, eu não sabia como vencer a inércia e a timidez de começar a escrever algo realmente meu. 2013 Em uma época conturbada da vida, enchi o carro com aparelhagens de som e instrumentos e fui arejar a cabeça fazendo uma viagem sozinho pelo litoral da Bahia. Fiz uma série de shows por três meses acompanhando uma excepcional cantora, hoje minha grande amiga e parceira musical. Com ela, além de reaver o gosto por fazer shows autorais, ainda que timidamente voltei a escrever músicas. Foi a quarta grande guinada musical da minha vida. 2014 Vivi um período conflituoso e desencontrado na relação com a música. Não conseguia encontrar "a minha" forma de transformar as ideias em música, mas também não via sentido em me aprofundar nos estudos tocando obras de outros compositores sem produzir obras minhas. Reencontro Rodrigo Okomum, meu amigo dos tempos do pátio do Colégio Marconi. Vinte cinco anos depois. Em um encontro que considero místico, juntos escrevemos dezenas de músicas. Peguei o fio da meada e não parei mais de puxar... Depois disso tudo vira música! Escrevo músicas sozinho ou com vários parceiros e em qualquer lugar. Uma benção! Juntos eu e Rodrigo Okomum idealizamos o Projeto Feira Livre, um coletivo para criação, produção e divulgação de música com investimento mínimo. Me aprofundei nos estudos e aprimoramento da produção musical e comecei a gravar meus discos em casa. Eu mesmo! Tocando todos os instrumentos e gravando artesanalmente. A mais recente grande guinada musical da minha vida... 2015 Foco meus esforços no estudo de estratégias de distribuição digital de música. Lanço meu primeiro disco "Sub Versus Bliminares", distribuído digitalmente nas mais importantes lojas e serviços de música on-line do planeta. Me aprofundo nos estudos de produção musical e promoção de música por meio digital. Lanço digitalmente o segundo álbum "Mão na Massa", também gravado em casa e distribuído digitalmente.