To additional track info go to: www.thiagonassif.com The Album is called Praxis - Acts I and II. When you open it opens up a world: first the inside of the cover, a work apart, a visual map of the road noise, pointing references, hiding treasures - they are only revealed in the act of listening. Open a world does not mean get it. We must open up before. And this is the word that comes to mind, the first word that comes up when trying to describe the sound work of Thiago Nassif: openness. This is a job that really offers whole album in two different complexes and pathways proposed sound. II met Thiago Nassif in a study group led by art teacher and artist Rubens E. Santo. Until then I thought that Thiago was an visual artist. I Followed up thinking like that. Two years later, he invited me to record voices on two tracks on the album he was producing. In the studio listening to the first complete work I realized that the songs carried a strong plasticity. The images that arose at each insertion or instrumental interference field, recordings that dotted the area pointing out pathways for listening to images. After the work done, I could hear it calmly and two names immediately showed up as reference. Moondog and Smetak. Moondog was an eccentric composer, born in 1916 in Kansas. Blind since the age of 16, was self-taught and wrote their works in Braille. At 27, he decided to move to New York and live in the streets, playing his compositions to passersby, in a corner that became known as Moondog's Corner. His compositions include symphonies, drums made ​​in the instruments he built, conversations, and other inserts that make their music in the complex diversity of the total work force at the same time track by track, remains the spirit of "hide the art, the maximum effect but with minimum means "in his words, on his quest as a creator. Walter Smetak, difficult to define another musician, was born in Switzerland in 1913 and became a naturalized Brazilian in 1968. In 60 years his research in experimental music was called "the Sound Beginnings," and from this interpretation also arise ritualistic "Plastic Sound", which reflected his desire to integrate the music and the arts. Adding colors to the construction of their instruments, sought the symbolism of plans for a cosmic mind, focused on the expression of wisdom translated into action. His music influenced a generation of musicians the tropicalistas or Tropicalia movement. I return to listen Thiago Nassif and his work named Praxis. The practice which the title refers to me seems very close what Smetak proposed, with respect to the expression of an open listening to the complexity of life and their sounds. Listen to each track a piece of landscape that does not have the landscape you see comfortably framed by the horizon. To absorb them you must walk in them, because nothing is at a glance. "Talking about music is bullshit. Run it is crazy, "Walter Smetak. Text Written By Laura Wrona on 2011 O disco é duplo. Chama-se Práxis – Ato I e II. Ao abri-lo, abre-se um mundo: primeiro o interior da capa, uma obra à parte, um mapa visual do caminho sonoro, apontando referências, escondendo tesouros – estes só revelados no ato da escuta. Abrir um mundo não significa recebê-lo. Há que abrir-se antes. E é essa a palavra que me vem à mente, a primeira palavra que me surge ao tentar descrever o trabalho sonoro de Thiago Nassif: a b e r t u r a . Trata-se de um trabalho que realmente se oferece, inteiro, em dois álbuns complexos e de diferentes propostas de percursos sonoros… E antes que eu embarque em um discurso publicitário, como se quisesse convencer a você, leitor, a “comprar” essa ideia, aviso que partirei para o improviso. Conheci o Thiago Nassif num grupo de estudos de arte guiado pelo artista plástico e professor Rubens Espírito Santo. Até então pensava que Thiago fosse artista plástico. Segui pensando assim até que, dois anos depois, quando já vizinhos de atelier, ele me convidou para gravar vozes em duas faixas do álbum que estava produzindo. Fizemos no estúdio a primeira escuta do trabalho completo e percebi ali a forte plasticidade das músicas, as imagens que surgiam a cada inserção instrumental ou as interferências de gravações de campo que pontuavam o espaço, apontando percursos de escuta e suas imagens. Depois de pronto o trabalho, pude escutá-lo com calma e logo dois nomes me seguiram durante a experiência. Moondog e Smetak. Moondog foi um compositor excêntrico, nascido em 1916, em Kansas. Cego desde os 16 anos, foi autodidata e escreveu suas criações em braile. Aos 27, decidiu mudar-se para Nova York e viver nas ruas, tocando sua composições aos passantes, numa esquina que ficou conhecida como Moondog's Corner. Suas composições incluem sinfonias, batuques feitos nos instrumentos que construía, conversas, e outras inserções que tornam sua música complexa na diversidade da obra total ao mesmo tempo em que faixa a faixa, mantém-se o espírito de “esconder a arte, o efeito máximo, mas com meios mínimos”, nas palavras do próprio, sobre sua busca como criador. Walter Smetak, outro músico difícil de definir, nasceu na suíça em 1913 e naturalizou-se brasileiro em 1968. Nos anos 60 sua pesquisa em música experimental chamava-se “Iniciação pelo Som”, e a partir dessa interpretação ritualística nascem também as “Plásticas Sonoras”, que refletiam sua vontade de integrar a música e as artes plásticas. Acrescentando as cores às construções de seus instrumentos, buscava a simbologia de planos de uma mente cósmica, voltada para a expressão da sabedoria transformada em ação. Sua música influenciou a geração tropicalista de músicos que escutavam seus pensamentos sobre improvisação, elemento que ele considerava essencial na cultura brasileira. Volto para escutar Thiago Nassif e seu trabalho de nome Práxis. A prática a qual o título se refere me parece muito próxima desta que Smetak propunha, com relação à expressão de uma escuta aberta à complexidade da vida e seus sons. Ouve-se a cada faixa um pedaço de paisagem, que não vêm da paisagem que se vê confortavelmente emoldurada pela linha do horizonte. Para absorvê-las é preciso caminhar dentro delas, pois nada fica de relance, facilmente dado como tantos postais de viagens que não fizemos a não ser pelo instantâneo do já visitado. “Falar sobre música é uma besteira. Executá-la é uma loucura”, Walter Smetak. Texto de Laura Wrona escrito em 2011 www.thiagonassif.com