- 歌曲
- 时长
Disc1
Disc2
简介
Eros & Thanatos é conceitual e sintético; para mim, representa aquele pote de ouro que só aqueles sonhadores encontram onde termina o arco-íris. É impossível dizer, na altura, se com ele chegamos ao fim da estrada; de uma longa e fantástica estrada musical. O álbum que você tem nas mãos abriga nossa historia e faz jus a ela. A historia de nossas vidas. Suas canções têm origens diversas. No tempo, no espaço, na temática que abordam, nas emoções a partir das quais forma gestadas e a que se reportam. Muitas delas datam de quinze, vinte anos atrás... Claro, sofreram mutações; aperfeiçoamentos (quero crer), desde o dia em que vieram à luz até o momento em que foram gravadas e disponibilizadas para audição no formato que se tem aqui e agora. Daí tantas dedicatórias nos créditos e tantas remissões... As dezenove músicas do repertorio de Eros & Thanatos funcionam como corda de amarração, como elos que unem fortemente uma extensa cadeia criativa. A contar da overture: Deuses, Anjos, Homens e Bestas (DAHB). Quem acompanha a saga da banda há de perceber, faz alusão (explícita no título e implícita no fenótipo) ao CD lançado pelo Haddad em 1997. Não estava pronta naquele ano (a propósito, DAHB, foi a última peça composta para esse disco), mas ergue e sustenta uma ponte abstrata, metafórica, necessária, entre passado e presente, entre o monstruoso da aurora e o angelical do anoitecer, entre romantismo e impressionismo, entre o acústico brutal e o eletrônico singelo, entre inclinações e oscilações estilísticas aparentemente inconciliáveis, porém inexoráveis, como a trajetória descrita pelo pêndulo de Foucault. Solidão, A Dança da Viúva Negra (eu e Leandro pensamos em inseri-la na trilha de Orion, mas por motivos que se perderam, mantivemo-la viúva virgem até hoje), Raios da Centaura, Liberdade Cedo ou Tarde, Punk baby Lou, Joie de Vivre, O Executor, Twilight Zone, e Rotina, todas elas conheceram (eventualmente com nomes diferentes) versões ancestrais nas décadas de 80 e 90. As ideias originais dessas músicas, sobreviveram ao teste do tempo: harmonias, melodias, ritmos, solos principais e, num caso ou noutro, letras. Alterados (e bastante) foram os arranjos: mormente no que concerne ao arremate sinfônico e às magnificas contribuições de Sérgio Melo, Paulo Pelissari, Rubinho, Gabriel e Leo Caetano. Especialmente para Eros & Thanatos foram criadas a canção epônima, DAHB, Alright, A colônia dos Cybermen, e Horizontes. Sem entrar no mérito das composições (afinal, canções são filhos e filhas espirituais, como bem definiu Gil, em "Ela"), não hesito ao afirmar, que Eros & Thanatos é, dentre todas, nossa melhor produção. A que contou com os melhores recursos humanos e materiais e a melhor destilação. Gustavo Haddad, 2009