O CD apresenta uma miscigenação musical brasileira que engloba ritmos, culturas e estilos. Esse é o Tempero Brasileiro, o sétimo e mais novo trabalho do músico Bruno Moritz, que tem em seu repertório além de composições próprias, obras de autores catarinenses e de outros renomados artistas da música brasileira. Em seu disco de estreia lançado em 2005, “Toque do Povo de Algum Lugar”, em que passeia musicalmente pelas regiões do Brasil, o acordeonista já havia feito uma experiência um pouco parecida com o que acontece em Tempero Brasileiro. A diferença entre ambos está na maturidade do músico, tanto na escolha do repertório, que é inteiramente inédito, quanto nos arranjos, que são minimalistas em sua essência, prevalecendo o bom gosto pelos pequenos detalhes, e principalmente no acordeom de Bruno, sendo que se pode ouvir um artista bastante experiente que domina as técnicas, mas não peca por excessos. Bruno está totalmente à vontade nos mais diferentes ritmos que compõem este trabalho, que vão desde os chamamés e frevos aos consagrados sambas, choros e milongas. Como o título promete, o disco apresenta outros sons que por aqui foram chegando e se transformando – nas palavras do próprio músico – “nesse caldeirão musical que temos hoje no Brasil”. A banda base do disco conta com talentosos instrumentistas: Mauro Borghezan (bateria), Rafael Calegari (baixos elétrico e acústico) e Rafael Borges Amaral (guitarra). Para temperar um pouco mais essa receita, conta ainda com o violão de Luiz Sebastião Juttel e a percussão de Didi Maçaneiro, que dão colorido especial a algumas faixas. Além dos catarinenses, o disco também traz canções de dois compositores paulistas: Alessandro Penezzi e Rafael Borges Amaral, que mais uma vez assume competentemente os arranjos ao lado de Bruno. Outra mostra de bom gosto está na capa do disco, feita pelo artista Henrique Neumann, onde se observam diferentes cenas do cotidiano, em um traço superfino e relaxado, que se encaixam como em um mosaico para revelar a verdadeira obra.